domingo, 11 de julho de 2010

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Seja muito bem vindo ao meu blog, espero que goste de todo o conteudo postado aqui.





Iberê Lamosa Querino


Aquarista desde 2000, pratico a aquariofilia de peixes ornamentais com base em pesquisas pela internet e livros técnicos sobre a área.

Iniciei com a criação de kinguios, cascudos, platis e etc., logo passando para a água de rios amazônicos como os oscars, com águas totalmente alcalinas com os ciclídios africanos e atualmente com aquários marinhos.

Como todo aquarista, tenho paixão por esse hoby, e adquiri conhecimentos e experiências com muita pesquisa mas muita mesmo.

Espero com esse blog, poder ajudar a todos os aquaristas novatos e ate os mais experiêntes.




O FANTASMA DO INSUCESSO

Devido ao fato de possuirmos no Brasil poucos livros especializados em aquários marinhos e só recentemente algumas lojas começaram a montar estandes para a comercialização de peixes ornamentais marinhos, o aquarista, iniciante ou não, se deparou com o belo e fascinante mundo do fundo do mar, ainda tão pouco conhecido e muito enigmático. O impacto inicial foi ótimo pois realmente as formas e as cores dos peixes marinhos são admiráveis e com isso o Aquarismo marinho foi tomando corpo.

Algumas lojas começaram então a ministrar Cursos de Aquarismo marinho, alguns aquaristas pesquisadores que sempre estudaram os peixes marinhos começaram a aparecer no mercado e com isso o interesse foi gradativamente aumentando, ainda mais por que muitos mergulhadores que antes praticavam o esporte mais como caça submarina ou simplesmente lazer, começaram a observar que os peixes marinhos que vivem próximos aos recifes de corais, as rochas da costa eram muito bonitos e poderiam perfeitamente viver em um aquário ornamental, devidamente montado conforme a exigência da espécie. Mas as dúvidas eram muitas. O conhecimento da água salgada era pequeno, a necessidade de se estudar a biologia da água era uma necessidade, e com isso, o ‘fantasma” do insucesso era um temor para muitos.

O Homem desde a mais remota das eras, é um pesquisador e o aquarista tem que procurar entender um pouco da vida do animal, em nosso caso, o peixe, para assim poder ter sucesso na prática do Aquarismo marinho.

Muita gente diz que o Aquarismo marinho é complicado, cheio de enigmas, que os peixes são caros e morrem fácil. O certo é que tais afirmações só são compreensíveis pois sabemos que este hobby está apenas se iniciando no Brasil e que as informações são poucas. No entanto, já podemos destacar muita gente boa no Brasil empenhada ,em divulgar o Aquarismo marinho, com técnica e dedicação pois sabemos que o próprio Aquarismo de água doce não tem mais do que trinta anos, por isso, tudo que se fale em Aquário marinho é novidade. Vale a pena acumularmos informações como um banco de dados para que num futuro próximo possamos bem utilizá-las.

A proposta deste Caderno Especial sobe o Aquarismo Marinho é esta, fornecer um banco de dados-referência para os aquaristas e uma coisa é certa e já está devidamente comprovado: O aquário marinho, guardada as proporções, dá até menos trabalho do que um aquário de água doce. É só pensar, refielir e conferir...

FILTRAGEM

Existem diversas e diferentes formas de prepararmos uma filtragem eficiente para um aquário marinho, cada uma com os seus prós e contras. O importante em tudo é observar a eficiência do sistema adotado ao longo de vários anos, quando então poderemos tirar conclusões seguras sobre sua aplicação.

Sempre pareceu-nos lógico que um sistema de filtragem que prevê inicialmente a filtragem mecânica (pré-filtro) e em seqüência a filtragem biológica é o mais indicado para a aplicação em um aquário marinho, pois as transformações bacterianas ocorrerão de forma normal e duradoura, pois o pré-filtro retira da água o excesso de matéria orgânica em suspensão.

Quando pensamos na filtragem de um aquário marinho, devemos imediatamente pensar em um coração.

É isso mesmo! Podemos comparar a filtragem de um aquário marinho ao coração no corpo humano; se ele não funcionar bem, nada irá bem e imaginem só se ele parar...

Por isso mesmo é que a filtragem é a parte mais importante de um aquário.
Tentaremos expor de maneira simples e reduzida a importância de filtragem e de que maneira ela ocorre. Basicamente a filtragem deve ser composta de uma filtragem mecânica e outra biológica, por onde a água do aquário deverá circular numa vazão de no mínimo 1 1/2 vez e na máximo 3 vezes a litragem do aquário por hora.

A filtragem mecânica vem a ser a retirada de partículas em suspensão, restos de alimento, pedaços de algas, sedimentos e gases, através da simples passagem da água pelo material filtrante como por exemplo: perlon, carvão ativado e outros.

A filtragem biológica nada mais é do que a redução de compostos orgânicos em decomposição (restos de alimentos, excrementos, algas mortas) altamente prejudiciais aos habitantes do aquário, em compostos capazes de serem assimilados pelo grupo de algas verdes, fechando desta forma nosso pequeno ecossistema.

Essa redução se dá no filtro biológico através do estabelecimento de um determinado grupo de bactérias capazes de transformar o produto da decomposição (amônia, amoníacos e nitritos) em NITRATOS que são substâncias possíveis de serem absorvidas pelas algas.
Para que isso possa ocorrer no filtro, é necessário condições específicas para sobrevivência das bactérias como a: oxigenação da água, substrato adequado para a fixação e a ausência de luz.
A ausência de luz é importante ao fato de as bactérias serem fotóbicas, ou seja, não se desenvolverem na presença da luz.

Para que um substrato seja adequado para a fixação das bactérias, é necessário que este seja poroso e com o máximo de arestas, para tanto, o substrato ideal é o cascalho de concha, o coral moído e a cerâmica, os quais por serem calcáreos, também contribuirão para a estabilidade do valor do PH na água.

As bactérias são aeróbicas, isto é, só poderão sobreviver em presença de oxigênio. Este será obtido através da movimentação da água do aquário que será transportada para a superfície. Quando a tensão superficial é rompida, permite-se a troca de gases que renovam a fonte de oxigênio.

A principal causa dos problemas encontrados na manutenção de um aquário marinho, se devem à má interpretação da maneira de como deve ser estabelecida uma filtragem.
A maioria dos iniciantes em aquarismo, consideram como suficiente a filtragem biológica, obtida através de um filtro biológico de fundo e a filtragem mecânica através de um filtro externo.

Na realidade o filtro de fundo deve servir apenas como um complemento de filtragem assim como o filtro externo.
Uma filtragem ideal deve ser composta pelo acoplamento desses dois filtros, formando assim um "sistema de filtragem".
Vejamos então o funcionamento desses filtros, suas desvantagens sendo usados separadamente para depois mostrarmos a eficiência num "sistema de filtragem”.

O filtro biológico de fundo tem o seu funcionamento baseado na colocação de um substrato de cascalho de concha sobre placas de plástico perfuradas (ver desenho abaixo) que permitirão a circulação da água, através do mesmo, por meio de uma bomba centrífuga ou aeradora.

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As bactérias se desenvolvem então nesse substrato sobre as placas e deste ponto em diante é que iniciam-se os problemas.

A camada de cascalho de concha, não poderá superar os 8 cm., pois a partir dessa altura a circulação da água se torna irregular, dando condições ao surgimento de vários pontos no substrato mal e até mesmo totalmente não oxigenados, que chamamos de zonas mortas, ocasionando a perda de potencial de filtragem; também não poderá ser inferior a 6 cm., pelo fato de toda a área superficial estar em exposição ao sistema de iluminação do aquário, fazendo com que não haja a possibilidade de desenvolvimento de bactérias nessa área, diminuindo assim consideravelmente o potencial de filtragem.

Além disso a própria decoração do aquário, “corais, pedras", também dificultarão a passagem da água, ocasionando novos focos mal oxigenados.

Com o passar do tempo, a sedimentação de restos de comida, algas e excrementos que não são totalmente consumidos pelas bactérias. também provocarão a obstrução da camada de cascalho de concha, gerando os mesmos problemas mencionados acima.
Na tentativa de evitar essa sedimentação, acredita-se que a introdução de um filtro externo mecânico possa resolver esse problema. Na realidade, ele por si só não poderá auxiliar totalmente e sim parcialmente, visto que as filtragens ocorrem separadamente.

Já num “sistema de filtragem” poderemos eliminar esses inconvenientes. O funcionamento de um “sistema de filtragem”. consiste na passagem de “toda” a água do aquário primeiramente através de um filtro mecânico, para em seguida passar pelo filtro biológico. Observe o esquema abaixo de um tipo de filtro que chamamos de “filtro acoplado ou incorporado”. Esse filtro pode ser construído de vidro, no fundo ou na lateral, do lado de dentro do aquário, na proporção de 15% do volume do aquário.

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Como se pode observar, todas as partículas em suspensão que possam estar na água, passarão inicialmente pela camada de perlon e carvão ativado sendo retidas, passando somente as microparticulas que serão consumidas pelas bactérias do filtro biológico. Para proporcionar a eficiência total, as paredes e tampo do filtro deverão ser pintadas de preto, para impedir a passagem da luz, deixando somente evidente a parte do filtro mecânico para que seja possível observar quando há necessidade da troca do material filtrante.

Além do modelo acima, poderão ser utilizados outros tipos de “sistema de filtragem”, como o filtro semi-incorporado construído em PVC, que é colocado dentro do aquário, e o filtro externo biológico do tipo Eheim, Sacem, Fluval ou Marathon, que fica fora do aquário, interligado por mangueiras que retirarão e devolverão a água já filtrada para o aquário.

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O AQUÁRIO

É de praxe dizer que o volume de água mínimo para um aquário marinho é de 100 litros. Este valor é importante não pela quantidade de litros em si, mas pela simples idéia que procuramos transmitir de que quanto maior a aquário mais fácil é a obtenção e manutenção de seu equilíbrio biológico. O perigo de um desequilíbrio ambiental é muito maior em um aquário pequeno.

Outro ponto importante de ser comentado é que o tamanho do aquário não é o fator mais importante na determinação da quantidade de peixes que deveremos colocar no aquário. Como regra básica, são divulgados valores da ordem de 1 peixe para cada 30 litros de água como referência para calcularmos a capacidade de habitantes do aquário. Este valor é relativo e não deve ser tomado como exato pois depende muito da decoração que projetamos para o aquário.

Os peixes marinhos, em geral são territoriais (não são necessariamente agressivos), portanto projetar uma decoração com apenas um coral colocado no centro do aquário. certamente não proporcionará um habitat ideal para muitos peixes, por mais que o aquário seja grande. Entendeu o sentido do problema?

Um aquário pequeno, mas muito bem decorado, onde montamos corais sobre corais e pedras, formando um emaranhado de tocas. de espaços, praticamente dividindo o comprimento do aquário em várias partes, proporcionará ótimas condições para mantermos um bom número de peixes no aquário.
Por isso tudo, tenha sempre em mente sensibilidade e lógica na montagem do aquário.

A ÁGUA

Escolhido o tamanho do aquário e o sistema de filtragem, falaremos um pouco sobre a água salgada, que é coletada do próprio mar (água limpa e não poluída) e distribuída pelas principais lojas do ramo. Alguns lojistas, inclusive procuram ainda filtrá-la melhor e as vezes até ozonizá-la antes de entregá-la ao cliente, para que este tenha a certeza de estar levando uma água pura isenta de agentes patogênicos.

Como características principais da água do mar usada nos aquários, devemos saber compreender que a maioria dos peixes ornamentais necessitam de uma água com PH entre 8,2 e 8,3 (água alcalina), temperatura entre 23 e 26 ºC e densidade entre 1020 e 1026. Seu nível de nitrito deve ser no máximo 0,25 mg/l (Valor ainda tolerável) E como obter e manter esses valores?

Como a decoração do aquário marinho é basicamente composto por materiais calcários, a estabilidade do PH torna-se conseqüência, no entanto é interessante periodicamente analisarmos o que chamamos de reserva alcalina (componentes do mecanismo de tamponamento), pois o pH da água pode cair com o tempo, em virtude do acúmulo de matéria orgânica no filtro biológico, por exemplo, e a filtragem biológica pode não estar muito eficiente. 10º. RA é o valor ideal, mas os peixes marinhos toleram valores até 4º. RA. O perigo é que se a reserva alcalina é baixa, poderá ocorrer uma queda brusca do pH na água, e os peixes fatalmente não sobreviverão.

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Quanto a densidade da água do mar, este fator é muito importante para o sucesso no Aquarismo marinho, pois é sabido que a maioria dos parasitas e bactérias patogênicos (causadores de doenças) não toleram densidade baixa (da ordem de 1020), portanto é preferível mantermos a densidade da água entre 1020 e 1022. Essa medição é feita com o uso do “densímetro" e observando também a temperatura da água podemos verificar num gráfico sua salinidade (medida em partes por mil). Como exemplo, citamos que o Oceano Atlântico possui uma salinidade de 35 partes por mil, ou seja, 35 gramas de sais por litro de água.

Quanto ao Nitrito (NO2), sua concentração tem origem pela decomposição biológica dos amoníacos, através das bactérias nitrossomanas presentes no substrato de fixação do filtro e no fundo do aquário. O nitrito é um verdadeiro fantasma para os novos aquaristas pois é o principal fator que poderá acarretar a morte de peixes no aquário. Um aquário recém montado, teoricamente possui um nível de nitrito baixo.

Em geral este nível tende a aumentar com passar dos dias e só então volta a cair. É certo afirmar e o aquarista tem que sempre procurar entender que um aquário recém montado é “estéril" e que precisamos dar vida para ele. E como dar esta vida?... Monte o aquário direitinho, observando todas as determinações técnicas e ponha-o para funcionar. A luz iluminará o aquário, a água circulará por entre os grãos de cascalho de coral e concha moída do filtro biológico e começará a formar verdadeiras colônias de bactérias.

Estas precisam de “alimentos” para possibilitar a transformação dos detritos orgânicos em substâncias assimiláveis pelos vegetais como forma de alimento. A cadeia é essa, por isso devemos ter muita calma e muita cautela na introdução dos habitantes em nosso aquário.

A IMPORTÂNCIA DA QUARENTENA

Muito ouvimos falar, e está descrito em praticamente todos os livros e revistas do mundo a importância da quarentena no sucesso do aquarista. Mas na prática são poucos os aquaristas que se preocupam com este fato. Montam o seu aquário, aguardam praticamente dois meses para só então comprar os peixes (para os aquaristas iniciantes é uma espera que parece demorar uma eternidade...) e sempre se mostram indiferentes à questão quarentena, inclusive quando o seu aquário já está habitado, equilibrado e novos peixes são adquiridos.

Essa é a realidade, mas achamos que nunca é demais dizer sobre a importância da quarentena, que permite analisarmos, num período ideal de 11 dias, a saúde e o comportamento do novo peixe.

Prepare um aquário pequeno para este fim (uns 40 litros), com tampa de vidro, uma fina camada de cascalho de conchas e coral moído no solo, um filtro interno com perlon instalado num compressor para uma boa aeração e colocar alguns esconderijos no aquário (pedaços de tubo de PVC, vasos de cerâmica virgem quebrados, corais, pedras). Não é necessária a luminária, pois sua aplicação pode acarretar a proliferação de algas verdes.

A água utilizada deve ter as características semelhantes a do aquário principal (densidade entre 1020 e 1022 e temperatura entre 23 e 26 ºC) e esterilizada (limpa e ozonizada) e devemos alimentar bem o peixe quarentenado neste período de 11 dias.

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Se analisarmos bem, é importante a quarentena, pois teoricamente estaremos analisando o peixe por vários dias, observaremos suas condições físicas, iniciaremos um processo de alimentação, as vezes diferente daquele que ele vinha recebendo no aquário da Loja e em geral "moldaremos" o peixe para que ele possa conviver sociavelmente e fisicamente bem no aquário principal, e a quarentena permite que apliquemos medicamentos se houver a necessidade, enquanto que no aquário principal, o medicamento acaba afeando todo o equilíbrio.

A colocação do peixe quarentenado no aquário principal deve ser feita preferivelmente à noite, quando a iluminação estiver apagada.

AERAÇÃO E OXIGENAÇÃO

A movimentação da água no aquário marinho é uma necessidade fundamental pois é inadmissível a formação de colônias de bactéria anaeróbias no substrato do filtro biológico e o teor de oxigenação dissolvido na água deve ser grande, para o bem estar dos peixes. Hoje já existem para os aquários grandes, ótimas bombas submersas, que proporcionam uma boa movimentação na água colaborando com sua aeração e oxigenação. Em geral, quanto mais a água é agitada e movimentada, melhor serão as condições ambientais para a vida dos peixes: Apenas fixe num dado-referência: a vazão da bomba submersa para o seu aquário deve ser de 1,5 a 3 vezes a quantidade de litros de água do aquário por hora (Ex.: aquário de 1OO L = bomba de 150 a 300 l./hora).

A MATURAÇÃO DA ÁGUA

Já falamos muito sobre água, sobre montagem de aquário e mencionamos sempre o termo maturação da água, que em linhas gerais significa dar “vida" à água, pois quando montamos um aquário e enchemos de água salgada, esta água devido ao fato de ter estado estocada na Loja já por algum tempo, normalmente em bujões escuros, está “morta", pois as algas unicelulares e pluricelulares, os microrganismos vegetais, o zooplâncton, as bactérias, os protozoários, os parasitas que existiam na água coletada acabam, em geral, morrendo.

E o que dará vida à água?... Um pedaço de camarão ou de peixe colocado no fundo do aquário, ao abrigo da luz, após sete dias do aquário montado proporcionará o início da formação da cadeia biológica. Dez ou quinze dias após, coloque um camarão vivo (ou vários) no aquário e com trinta dias, introduza um peixe da família dos Pomacentridae.

A maturidade da água demora em média 20 dias e estará completa em aproximadamente três meses. Durante este período de maturação, não utilize filtro mecânico com carvão ativado e skimmer.

O SOLO

Do ponto de vista técnico, é interessante falarmos que no solo do aquário composto por cascalho moído de corais e conchas, os fosfatos serão fixados pelo Ca (cálcio) e Mn (magnésio) destes fragmentos, enquanto os teores de Ca e Mn da água ficam inalterados, evitando o enfraquecimento do poder tampão e a queda do pH. As conchas devem sem bem moídas, visto que somente o ponto de fratura é que seus componentes de cálcio entram em contato direto com a água.

Alguns aquaristas acrescentam ao solo do aquário, uma camada de pedra dolomita (rocha alcalina composta de cálcio e magnésio).

Os corais naturais devem fazer parte da decoração do aquário, em conjunto com pedras de mármore, pedras de beira-mar, corais sintéticos, formando um emaranhado de grutas. tocas e esconderijos para os peixes.

"A IMPORTÂNCIA DO CALCÁREO E DA DOLOMITA NOS AQUÁRIOS MARINHOS”

Sabemos perfeitamente das dificuldades de manter-se um aquário marinho, principalmente no que se refere ao PH do sistema. Como é do conhecimento de todos os amantes da Aquariofilia, PH significa "POTENCIAL HIDROGÊNIÔNICO", isto é, ele indica o grau de concentração dos íons hidrogênio numa determinada solução.Por definição, a água neutra possui PH 7, considerando-se ácida quando o PH ficar inferior a este número e alcalina quando for superior ao mesmo.

Ora, sabemos muito bem que a água-marinha é alcalina e seu PH deve estar por volta de 8.3, para que o sistema esteja bem equilibrado. No entanto, sabemos também que a tendência de um aquário marinho, desde que, perfeitamente habitado, é de acidificar a água com o passar do tempo, tendo em vista a excreta e urina dos peixes, restos de alimentos e matéria orgânica em decomposicão no fundo do sistema.

Muitos aquaristas recorrem à soluções "tampão" para corrigir o PH do seu aquário, isto é, usam acidificantes ou alcalinizantes (PROCESSO QUIMICO) para fixar o PH.
Nós, particularmente preferimos os meios naturais, ou seja, usar materiais naturais para atingir aquele fim.

No caso específico do Aquário Marinho, deveremos optar por um substrato calcário (CaCO3), conchas moidas, dolomita, etc.
Os calcários, também conhecidos como "greda", são rochas sedimentárias, consiste de bicarbonato de cálcio, sendo geralmente de origem marinha e largamente encontrados no mercado especializado.
A Dolomita [CaMg(CO3)2] é um carbonato duplo de cálcio e magnésio, com dureza 4 e densidade 2,9 e que atende perfeitamente o nosso fim, isto é, como substrato do aquário marinho.

Como já foi dito acima, esses materiais, facilmente encontrados no mercado especializado, funcionam de maneira "mais limpa" e eficaz do que os processos químicos que podem ter conseqüências colaterais que fogem ao nosso conhecimento.

A Dolomita geralmente é oferecida na cor branca e os calcários em várias cores, desta forma além de embelezar o aquário, conseguimos também manter o PH alcalino, garantindo um ambiente adequado para os peixes de água marinha.

DOENÇAS

O peixe marinho custa caro e ainda mais, sua manutenção no aquário requer do aquarista um pouco mais de dedicação se comparado ao aquário de água doce e devido a estabilidade do meio natural que vive (pouca quantidade de bactérias, pouco plâncton, etc) os peixes não desenvolvem o mecanismo natural de defesa contra doenças, o que os predispõem, em cativeiro, a contrair doenças facilmente.

Um fato que é sempre bom mencionar é que os peixes não morrem simplesmente por estarem doentes, e muitas vezes injustamente o aquarista culpa o lojista com a conhecida frase: "esta loja me vendeu um peixe doente ”.

Acontece que pelo fato do peixe marinho custar mais caro do que um peixe de água doce, o zelo e o sentimento pela sua perda é maior, claro, pois pesa mais "no bolso" do aquarista. Agora é importante destacar que muitas vezes, muitas mesmo, o peixe não morre por estar doente, e sim pelo fato das condições do aquário não estarem adequadas para ele, e não tem nada a ver com doenças . Fique atento...

E quais são os fatores para ocorrerem doenças?.. Podemos relacionar alguns principais:
• stress
• muco protetor afetado. responsável pela regulação osmótica dos fluidos do corpo dos peixes
• peixes tímidos com peixes dominantes (os tímidos se alimentarão menos e estarão, pela desnutrição, sujeitos a contraírem doenças)
• flutuação da temperatura, carência de oxigênio e acúmulo de toxinas na água
• bater no vidro do aquário
• higiene deficitária

A observação diária ao comportamento dos habitantes do aquário faz-se necessária pois assim perceberemos se o peixe apresentar algum sintoma de doença. Fique alerta e perceba: o peixe não está aceitando alimento, o peixe se raspa contra as rochas ou corais, a respiração está muito acelerada. Observações assim nos proporcionarão combater a doença logo no início. Agora, uma coisa deve ser bem entendida, e sabemos que o brasileiro adora remédios: não utilize medicamentos se você não tem certeza do tipo de doença do peixe e se ele está realmente doente.

Acompanhe a seguir a tabela "ABC das moléstias dos peixes marinhos”, elaborada pela ALCON, importante empresa do ramo aquarístico:


Cryptocryon irritans (ictio marinho) – Respiração difícil. Pequenos pontos brancos no corpo e nadadeiras. Nataçã junto à superfície. TRATAMENTO DOS INVERTEBRADOS: Remova-os do aquário e deixe-os 2 minutos em água doce. Mantenha-os em quarentena por 2 semanas. TRATAMENTO DOS PEIXES: Não os remova do aquário. Aplique o parasiticida marinhoAlcon. O tratamento dura 2 semanas. SOMENTE PARA OS PEIXES: 1º. Dia (1 gota/2 litros); 6º. Dia (1 gota/3 litros); 10º. Dia (Se for necessário, aplique 1 gota/3 litros).

Oodinium ocellatum (Veludo) – Corpo coberto por um brilho aveludado formando manchas grandes. Respiração ofegante. REMOVA OS INVERTEBRADOS para outro aquário, onde deverão ficar no mínimo 2 semanas. Os peixes serão tratados em seu próprio aquário com o Parasiticida Marinho Alcon. SOMENTE PARA OS PEIXES: 1 gota para cada 2 litros.

Copépodas parasitas – Os copépadas ou seus sacos de ovos são visíveis agarrados na pele ou nas brânquias dos peixes. Em aquário-hospital aplique Alcon Clean Marinho. Se for possível, remova os parasitas com uma pinça – 5 gotas por litro durante 30 minutos.

Intoxicação por amônia ou nitrito – Respiração acelerada, natação irregular. Pode haver manchas vermelhas no corpo. Faça os testes de amônia e Nitrito. Remova restos de comida. Troque parte da água. Verifique o funcionamento do filtro biológico.

Alteração do PH – Cores esmaecidas, natação irregular. Verifique o PH. Se estiver abaixo de 7.8, use o alcalinizante marinho Alcon – vide bula.

ALIMENTAÇÃO

Sempre citamos que os dois principais fatores para que possamos alcançar o sucesso na prática do Aquarismo são: a qualidade ideal de água e a alimentação.

O peixe marinho, pela sua própria característica de vida que leva no meio natural deve ser bem alimentado no aquário, observando sempre a qualidade e a quantidade do alimento ministrado.

Os carnívoros exigem uma dieta rica em proteínas, a base de peixe, camarão, coração e fígado de boi e os herbívoros necessitam de carbohidratos, os quais poderão ser fornecidos através de fontes vegetais: algas, espinafre, alface ...

A quantidade de proteínas, carbohidratos, gorduras, sais minerais e vitaminas difere de uma espécie de peixe para outra, por isso procure estudar os hábitos alimentares de cada peixe que você tem em seu aquário. pesquise...


Desenvolvimento de algas

O Aquário marinho, todo mundo sabe, que para ser um bom aquário tem que possuir uma formação biológica muito boa.
Sabemos que a formação biológica está boa, quando os principais testes estão “OK”.
As algas marinhas, como são chamadas, são de difícil manutenção em aquários. Normalmente 15 ou 20 dias depois do aquário marinho montado, começam a aparecer os primeiros pontos amarelos ou marrons que são a primeira fase do nascimento das algas. Mais ou menos depois de 28 - 30 dias, elas estarão verdes isso se o aquário tiver uma boa iluminação. Ex.: um aquário de 100 x 50 x 50 cm não precisa ter mais do que três lâmpadas fluorescentes de 20 W cada (1 luz do dia e 2 Grolux ou Aquarilux) ligadas no mínimo 8 horas por dia.


Existem algas de vários tipos e formatos: algas filamentosas, tapete, etc. As algas menos apreciadas no aquário são as vermelhas. Seu aparecimento se dá em função de alguma deficiência biológica ou iluminação insuficiente. Elas aparecem normalmente quando a gente menos espera, e comprovadamente não matam peixes ou estragam a água. O problema é que elas tiram um pouco da beleza do aquário. Os poucos entendidos no assunto vão logo dizendo que o aquário não está bom, que está com problema, mas a realidade não é bem assim.


Uma das algas mais procuradas para aquários no momento são as “Caulerpas”, um tipo' de alga muito parecida com plantas artificiais para aquário de água doce. Essas algas não são facilmente encontradas no comércio especializado são muito decorativas e eliminam
o gás carbônico da água. Existem vários tipos de Caulerpas.
Sua introdução no aquário é simples, após três dias depois de monta-lo, coloque no solo uma muda de Cauerpa, fixada nos pés dos corais (não plantadas). Para mantê-las vivas, co mo já foi dito, se faz necessária a utilização de uma boa iluminação, uma temperatura da água por volta de 23graus C e uma vez por semana a colocação de um alimento líquido para invertebrados (a venda no comércio especializado).


Quando já temos peixes no aquário fica um pouco mais difícil mantê-las, mas não impossível. Os peixes que já estão no aquário, por não estarem acostumados com elas irão “devorá-las” sem piedade pois para eles é novidade no aquário, depois de colocarmos várias mudas, várias vezes, eles se acostumarão e não mais as atacarão...Confira.





VOCÊ SABIA?

Agressividade

Uma das questões mais problemáticas em torno da compatibilidade entre ciclídeos é o da agressão. Ciclídeos tendem a apresentar mais agressividade para com os outros da mesma espécie e outra do mesmo subgrupo (ou peixes com uma morfologia semelhante). Isto porque um peixe com aparência semelhante são provavelmente mais estreitamente relacionados. E se eles estão estreitamente relacionadas e, em seguida, eles provavelmente têm as mesmas necessidades dietéticas então são uma ameaça para um polígamo masculina do harém, como ciclídeos de espécies diferentes podem cruzar-raça (Mais sobre isto adiante), então, se eles são semelhantes na aparência, eles são percebidos como uma ameaça.

A fim de diminuir a agressão e mortalidade no seu aquário de ciclídeos, evite colocar peixes do mesmo gênero e/ou cor juntos. Por exemplo, evitar colocar duas espécies Hap do Victoria diferentes no mesmo tanque, como todos eles têm um colorido muito semelhante, padrão de desenhos de barras, e forma. Electric Blue é uma cor muito comum para muitos ciclídeos do Lago Malawi. Sciaenochromis fryrei, por exemplo, não são bons companheiros tanque para muitos dos Aulonocara, muitas das quais são dominados por um semelhante gelo azul.


Controlar as algas

Deixo aqui a minha contribuição para todos aqueles que padecem do problemas de infestações de algas:

Um dos piores inimigos do aquário marinho são, com certeza, as micro algas. Elas infestam as rochas, os vidros, o substrato, dando uma impressão de imundície ao aquário, e competindo deslealmente com corais e algas calcárias por luz. Para podermos eliminá-las de nossos pequenos tanques, precisamos saber classificá-las, mesmo que grosseiramente, afim de eliminarmos a fonte de cada problema. Afinal, não adianta nada você ficar limpando os vidros, lotando o aquário de mini pagurus e turbo snails, se as algas irão voltar em pouco tempo. A classificação delas, de uma maneira simplificada, é dada em algas filamentosas, cianobactérias e diatomáceas. As primeiras são caracterizadas por serem verdes, formam placas sobre os vidros, rochas e substrato, muitas vezes aparentando um "pasto". Já as cianobactérias, como o nome diz, são seres procariontes, isto é, não possuem membrana nuclear. Tudo bem, como você deve não ter um microscópio para não conseguir individualizar o núcleo das células, então fica um macete prático para identificá-las em aquários: qualquer alga vermelha que não seja calcária, é uma cianobactéria. Já as algas diatomáceas envolvem na natureza um grande grupo, sendo a característica principal a presença de uma carapaça de sílica denominada frústula, que é constituída por uma parte superior, a epiteca, e uma inferior, a hipoteca. Essa carapaça é muito utilizada como abrasivo nas pastas de dente. No aquário, para diferenciá-la de outras algas, deve-se observar a coloração, que normalmente varia de marrom até um dourado. Após identificada a alga que infesta o seu aquário, você deve saber seus requisitos para sua propagação. Em geral, as algas filamentosas e as cianobactérias necessitam de nitrato e fosfato na água (nutrientes), assim como qualquer outra planta. Afinal, você nunca usou, ou ouviu falar de adubo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio)? Já as algas diatomáceas, necessitam de silicato na água, para formarem sua carapaça. Aliado a todos esses fatores, pesa uma má iluminação, que normalmente é composta por lâmpadas de baixa temperatura de cor em aquários empestados por algas. As lâmpadas não são o fator determinante para o surgimento de algas, apenas funcionam como um "catalisador" para que elas surjam e se propaguem. Conseqüentemente, se eliminarmos da água do aquário as substâncias de que as algas necessitam para se desenvolverem, as mesmas desaparecerão. E agora, como remover o nitrato, o fosfato e o silicato do aquário? Isto não é tão complicado como aparenta. Existem a venda no mercado resinas removedoras de nitrato, fosfato e silicato, porém custam caro e não resolvem definitivamente o problema, pois não acabam com os agentes causadores do nitrato, fosfato e silicato. O nitrato e fosfato resultam da decomposição de material orgânico, como excrementos dos animais e excesso de ração. Ou também podem vir juntamente com a água que você usa no aquário, caso ela seja de torneira. O silicato, por sua vez, vem do esfarelamento das rochas ditas de Guarapari, pois são muito quebradiças, e possuem em sua composição mais areia do que material calcáreo. O silicato, assim como o nitrato e fosfato, também pode vir da água de torneira. Assim, o correto não é remover os nutrientes, e sim evitar que eles se formem. O nitrato e fosfato podem ser evitados utilizando-se um bom skimmer, sendo que o primeiro também pode ser removido por um filtro denitrificante (Jaubert) e o segundo com o uso de kalkwasser (hidróxido de cálcio), que ajuda a exportar fosfatos para o skimmer. Já o silicato é evitado não se utilizando rochas de Guarapari, substituindo-as pelas de Recife, ou Bahia. Também é muito importante a utilização de água DI (deionizada) ou RO (osmose reversa), são quase totalmente livres de impurezas e agentes que auxiliam na formação de algas. Como essa página é dedicada a nano reefs, também pode ser acrescentado mais alguns itens para acabar com as micro algas. Trocas parciais freqüentes são extremamente úteis, pois ajudam a diminuir a concentração de nutrientes dissolvidos na água. Algo em torno de 10 % semanais é o suficiente. Quando se pretende diminuir as algas é muito importante que as trocas ocorram semanalmente, ao invés de mensalmente, pois com intervalos menores, os poluentes ficam menos tempo no aquário, evitando, assim, que eles sirvam de "alimento" às algas. Uma das vantagens de ser "nano", é o fato de que uma troca de 10% quase não envolva água, e melhor ainda, dinheiro. No meu caso, por exemplo, eu troco apenas 6 litros por semana, o que não me custa nenhuma fortuna e produz grandes efeitos. Também podem ser utilizadas mudas de macro algas dos gêneros Caulerpa, ou Halimeda para que elas compitam por nutrientes com as micro algas, e normalmente ganham! O resultado é um grande desenvolvimento das macro algas, dando também um belo aspecto visual ao aquário para quem gosta, e uma sensível diminuição nas malditas micro algas. Concluindo, os tópicos mais importantes para evitar, ou acabar com as micro algas, são um bom e bem regulado skimmer, trocas parciais freqüentes utilizando sempre água DI ou RO, um filtro denitrificante bem montado, e se for do gosto do aquarista, pode-se também utilizar macro algas no controle de nutrientes. Evitar ao máximo as rochas de Guarapari também ajuda bastante no combate às diatomáceas. Para ajudar a remover as algas das rochas, pode-se utilizar mini-pagurus, numa proporção de 1 para cada 4 litros, e também turbo snails, na mesma proporção. Esses animais resolvem apenas temporariamente o problema, mas com um bom skimmer, as algas não voltam mais, pois quando os pagurinhos ou os turbo snails liberam excrementos na água, o skimmer os removerá, antes que ciclem até nitrato e fosfato. Assim, depois de toda essa explicação, só mantém um aquário marinho com algas, quem realmente quer, ou quem andou economizando em equipamentos fundamentais como o skimmer.
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Abraços

Postado por NunoMar


"Se algo não entrar no aqua, force! se ele quebrar é porque precisava mesmo de ser substituido por um aqua maior"